terça-feira, 9 de junho de 2015

Historia de uma Batalhadora Empreendedora

Domingas Tavares
As cinco da manha, horário em que muitas pessoas se encontram num sono profundo e relaxante e alguns desligam o despertador e ficam apertando a cabeça no travesseiro, pensando “vou dormir mais dez minutos”… é neste exacto momento que a Domingas Miranda Tavares mais conhecida como “nha Diminga” sai à rua sem preguiça nenhuma à procura do meio de sobrevivência.

Nha Diminga é uma mulher batalhadora, meiga, simpática e exemplar criou e cuidou dos seus seis filhos sozinha, isto é, é mãe e ao mesmo tempo chefe de família. Nha Diminga é natural de São Salvador do Mundo “ Picos”, depois de ter três filhos decidiu mudar para cidade da Praia, morava com os pais e após  a morte tinha de procurar outros “ramos de vida”. 

Nha diminga esta a morar na praia desde 1996 veio porque acreditava que estando na cidade a sua vida ia mudar, mas só que os flagelos que ela encontrou eram tantas que não conseguiu ultrapassa-los todos. Inicialmente queria que o filho maior continuasse os estudos mas só que não foi possível porque os meios que ela tinha não dava para alimentar os filhos, pagar renda, e ainda para pagar as despesas do menino na escola. Mesmo assim não desanimou com a vida trabalhou na obra e as vezes fazia alguns “biscaites”. “Passei muito mal depois que vim para praia mas não penso em tornar a morar em Picos, salienta a batalhadora.

Sacos cheias de Garrafas
Nha Diminga sai todas as madrugadas, tardes e noites à procura do seu bem precioso, isto é, de garrafas. Esta mulher não deixa escapar nenhuma garrafa à sua vista, qualquer um para ela é “ouro”. Para muitos a garrafa é um lixo que pode ser reciclado mas para ela é o ganha-pão, isto é, o seu meio de sobrevivência. Com a ajuda dos filhos consegue recolher centenas de garrafas, depois da colheita tem de lavar e só depois fazer a entrega ao senhor Berculino que é distribuidor de grogue.

A cinco anos atrás deu entrada com os documentos na Câmara Municipal da Praia à procura de emprego, “pedi ao Ulisses Coreia e Silva que me deixasse trabalhar mesmo como varredora de rua, para ver se conseguia garantir o que comer aos meus filhos” mas só que a idade não permitia porque já possuía 55 anos.
O maior sonho desta mulher é ter a sua própria casa, ver seus dois filhos menores a se formarem. Fez a inscrição para Casa Para Todos mas só que não foi seleccionada.


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